sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

A história não para por aí...

Se vc não leu o post anterior, por favor leia para entender este!

Confesso, fiquei surpresa com a onda de revolta e indignação que vi no twitter e facebook por causa do meu post anterior. Fiquei surpresa e emocionada ao ver a força das redes sociais, a força do grupo. E, mesmo que até agora não tenhamos resolvido o problema, tenho a certeza de que devemos continuar tentando!!! Foi realmente incrível!

E o mais engraçado, meu amigo nem estava sabendo de nada.... Então ao ver os mais de 6000 acessos no blog resolvi contar para ele que talvez teremos boas notícias e que  talvez ele finalmente seja dignamente atendido.

Foi quando recebi uma notícia mais chocante ainda.  Ele me retornou o email dizendo que estava chegando em casa de mais uma ida ao INSS, ele voltou lá no dia e hora marcada, mas  a pessoa que supostamente iria interpretar não estava presente e ele foi atendido pela médica perita. Mas dessa vez a médica permitiu que seu filho de 5 ANOS entrasse para ajudar na comunicação! Não sei como foi a perícia,  ele deve aguardar por 15 dias pela resposta.
Fiquei mais revoltada ainda..... Como uma médica perita pode tomar uma atitude dessas? Qual o critério dela?

Se vc acha que pode ajudar de alguma forma vou dar um breve histórico da situação do Antônio pois o que relatei antes é só "a ponta do Iceberg".

Como já comentei no post anterior o Antônio é surdo e tem glaucoma grave em ambos os olhos, já perdeu uma parte da visão e corre riscos de perde-la totalmente. Ele está a um ano tentando no INSS a aposentadoria por invalidez por recomendação da sua médica que teme que ele perca a visão de vez (temos todos os laudos médicos).  Depois de negadas 3 ou 4 vezes pelo INSS ele entrou com um pedido na Justiça Federal Especial por indicação de sua médica. e foi no início deste processo que comecei a interpretar para o Antônio.
Estive junto com ele quando deu a entrada no processo. Sem problemas.
o processo correu da seguinte forma: 4 meses depois ele foi encaminhado a um perito oftalmologista e seu julgamento só sairá em 2012. Até lá ele não pode trabalhar pois perde a qualidade de beneficiário.
O perito que o consultou foi surto e grosso, o consultou, mas se viu impossibilitado de avaliar com os aparelhos que tinha em seu consultório, então nos pediu para nos retirarmos de sua sala, nos entregou um papel pedindo ao Antonio um exame e com o resultado em mãos deve entregar ao segurança do seu consultório e aguardar 30 dias pela resposta do perito. Não nos deu tempo para perguntas e ainda pediu que eu concluísse a explicação ao Antonio do lado de fora da sala. Pois o nosso tempo já havia se esgotado. E foi trancando a sala para sair. Até aí parece estar tudo bem, com um mero detalhe: o exame que ele pediu é um exame que só existe no Hospital da Clínicas e no Hospital São Paulo, e em nenhum dos 2 hospitais ele pode fazer o exame como "cidadão comum" sem ter alguém influente que consiga isso para ele.
Enquanto ele corre atrás de como fazer este exame, ele resolveu tentar outra vez no INSS e foi nessa última tentativa ao INSS que vivenciei a experiência que relatei no post anterior.

Enfim,  estou fazendo o que posso, amanha passarei todas as dicas e conselhos que recebemos via blog, via facebook e via twitter. Só espero que com toda a movimentação que fizemos consigamos encontrar uma solução real para o caso.
Estou imensamente grata a todos que colaboraram e se indignaram. E se conseguirmos algo, a vitória será de todos!!!

Abçs,
Carol Fomin

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Minha revolta!


Hj o meu post um protesto contra o INSS, e demais órgãos Públicos.
Por favor tenha um pouco de paciência e leia até o fim.
Há alguns meses tenho acompanhado como intérprete  de um amigo surdo que  por uma questão de privacidade, vou usar nomes fictícos. Mas a história é verdadeira, mesmo que pareça absurda.
Meu amigo Antônio é surdo, casado com a Alessandra, também surda e pai do Guilherme de 5 anos que é ouvinte.

O Antônio está em um processo junto ao INSS pois além da Deficiência Auditiva bilateral ele sofre de um glaucoma gravíssimo em ambos os olhos. Por já ter passado por 2 cirurgias, e perdendo parcialmente a visão, corre o sério risco de perder totalmente a visão, sua principal forma de comunicação e contato com o mundo, uma vez que já é deficiente auditivo bilateral.

Por precaução e para tentar prolongar ao máximo a visão do Antônio sua médica oftalmologista que o acompanhou desde o príncípio nas cirurgias e sabendo da gravidade de seu problema, desde que sua empresa em que trabalhava o demitiu, ela o recomendou que tentasse a aposentadoria por invalidez pelo INSS, o que já foi feito por diversas vezes, todas sem sucesso.

Como todas as vezes em que ele foi lhe foi negado o benefício sem nenhuma tentativa de comunicação verdadeira e como lá não tinha intérprete e sua esposa que é um pouco oralizada não podia entrar com ele, ele me chamou para acompanhá-lo como intérprete de LIBRAS.

Aí começou o meu dia….
Saímos as 7:00 em ponto da João Dias para a Liberdade (Pça Nina Rodrigues). Quem mora em SP sabe que é bem longe.
Chegamos lá 8:45 e esperamos em uma fila do lado de fora do INSS pois os 4 seguranças que guardavam o portão informaram que não poderíamos entrar pois lá dentro a fila era enorme, expliquei que tinhamos hora marcada, mas rapidamente descobri com as gargalhadas do 1o da fila que me disse:
-       Querida, bem-vinda, todos nós temos hora marcada.

Fui para o fim da fila beirando a calçada e passando por jovens, idosos, gestantes, cadeirantes, amputados, pessoas com os mais diversos problemas. Eu e Antonio aguardamos por cerca de 1h em pé do lado de fora, até que comecei a ficar com uma vontade enorme de fazer xixi e fui lá implorar para que me deixasse entrar, que prometia que voltaria para a fila. Depois de muito insistir os seguranças se entreolharam e me deixaram entrar. Fui ao WC e nao resisti ao ver o WC resErvado para Pessoas com deficiencia e fotografei.



Mas isso é só um detalhe. Enfim, depois que entramos, fomos para outra fila de mais 1h dentro do INSS na fila que vcs podem ver abaixo na foto.



Quando finalmente chegamos próximos ao atendimento e poderíamos entrar….  Eles não autorizaram que entrássemos os 2, pois não pode entrar acompanhante. Ah…. Fiquei revoltada e disse:
Amigo eu VOU entrar. Eu não sou acompanhante, nem familiar. Sou intérprete de LIBRAS, vim para interpretar, fiquei quase 3 h na fila para isso e é isso que vou fazer.

Depois de uns 5 minutos consegui entrar. Só EU, o Antonio teve que ficar de fora. O que é outro absurdo pois eu não poderia por princípios éticos de intérprete responder nenhuma informação por ele, mas enfim… queríamos mesmo era resolver o problema.

Entrei e minha revolta maior ao ver a sala do INSS vazia. Vejam a foto:



Que revolta! De pensar que eu e todas aquelas pessoas dentre elas idosos, gestantes, pessoas de muletas, que foram obrigadas a ficar horas em uma fila sendo que a sala de espera estava vazia, e tinha cadeiras perfeitamente confortáveis para aguardar o atendimento.
 
Enfim, depois de mais meia hora aguardando (agora sentada). Fui chamada para o atendimento: 
- Por favor, o Sr. Antonio está desempregado? 
- Não sei, teríamos que perguntar ao Sr. Antonio, respondi.
-        
Mais 5 minutos para o gerente da agencia liberar o Antonio para entrar. Depois de algumas perguntas simples, o gerente resolver perguntar para a médica perita se ela autorizaria que eu entrasse junto com o Antonio na sala de perícia.  ELA NÃO AUTORIZOU!

Eles falaram que a agencia tem um funcionário que fez esse “curso de aprender esses gestos de códigos”. E que a médica só aceitaria um intérprete da própria agência.  Brigamos, pedimos e imploramos  para que ele fosse atendido neste mesmo dia, já que já haviamos passado por tudo isso. A resposta que tivemos foi:
É melhor não se indispor com a médica perita, pode ser pior para o Antonio e ela pode não querer aprovar o benefício dele.

Para não prejudicar o Antônio, ele mesmo desistiu, contrariado é claro. E eu, coloquei meu rabinho entre as pernas e fomos embora. Agora com data remarcada para próxima 2a feira as 7hs da manha quando o funcionário que sabe  “esses códigos de sinais” estaria presente.

Minha tristeza é que o Antonio foi lá, na hora marcada, o funcionário realmente só sabia sinais básicos e usava muitos gestos para se comunicar, e pior o Antonio não foi atendido pela perita ainda. Ela remarcou para 3 dias depois as 14hs. Não sei onde isso tudo vai acabar.  

Me pergunto: ONDE ESTÁ O RESPEITO AO CIDADÃO?
O RESPEITO AOS DIREITOS HUMANOS ? ONDE ESTÁ A ACESSIBILIDADE?  ACESSIBILIDADE NÃO É SÓ CONSTRUIR RAMPAS. ACESSIBILIDADE É O DIREITO DO ANTÔNIO A COMUNICAÇÃO, O DIREITO QUE ELE TEM DE ENTENDER E DE SE FAZER ENTENDIDO.

Não sei a quem reclamar, onde reinvidincar, por isso expresso aqui o meu dasabafo!

  


sábado, 11 de dezembro de 2010

Curso de Acessibilidade na prática

Já pensou o que vai fazer nas férias?

Que tal começar o ano fazendo um curso?

informações: curso.acessibilidade@gmail.com



sábado, 4 de dezembro de 2010

Como projetar

Fica a dica de uma maneira de projetar em arquitetura.
Um projeto só é eficaz quando funciona fora do papel. Muitas vezes nossa teoria é linda, mas na prática é diferente.
Nada como sentir na pele. Nada como viver arquitetura.
E também estamos sujeitos a erros, falhas, pontos que passaram desapercebidos.
Por isso são importantes as revisões, as correções, uma 2a olhada no projeto. E porque não uma vistoria "vivencial" de vez em quando?